Uma das cartas que não entreguei.

Seis de maio de dois mil e onze.
mãe , me desculpa por me tornar isso que sou , mais um dia agente vê onde é o nosso lugar , pode ser que um dia eu veja que não é isso , sinto muito por ter te desapontado , sinto muito por me machucar , mais meu sangue é o único jeito de extravasar minha dor , você vê como meus pulsos estão , a cicatriz com o nome dele em minha coxa , e mesmo que você esconda todos os bisturis , todas as giletes , eu tenho um vidro debaixo da minha cama , o qual cada noite faço um corte , doi , muito , o vidro está todo sujo , sinto muito por não estar comendo direito , sinto muito por tudo , eu sei da sua história , mais a minha não é igual , se eu tivesse a oportunidade hoje eu fugiria com ele , como um dia voce me disse que fugiria com o amor da sua vida , que você deixou escapar com um filho na barriga. o pior é que nem isso eu tenho . sinto por chegar em casa bebada , sinto por namorar alguém que você odeia , sinto por tudo , eu só preciso de carinho , eu quero amor , quero que acreditem em mim , você e ele . que hoje são as pessoas que fazem meu mundo girar , por mais sujo que ele seja. me desculpe por me tornar tão estúpida , tão fria , tão sem noção , eu tenho medo mãe , é isso o que acontece , eu tenho medo do mundo perfeito. por que ? por que eu não sou perfeita . mais eu mereço estar lá. ,mais do que qualquer outra pessoa , eu mereço por que o amo como ninguém jamais o amou ou irá amar , meu coração bote somente por que ele ainda está vivo.